Quebro o rosto em lágrimas
os olhos
vítrios
nada de nítido conseguem agora ver

A água salgada escorre-me pela face
mas ignoro o frio
porque rima com o que trago no coração

um vazio imenso
escuro
profundo

como a noite sem candeia
que só a lua alumia
com uma ou outra estrela

O jardim que sempre ali esteve
ganha um novo sentido

As flores hão de florescer
e entre o meu pranto
e a sua alegre inocente candura
outros olhos lhes acharão a fermosura



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