Enganaram-se nas veredas escolhidas

As crianças querem crescer depressa
o
para pegar o mundo ao colo...
o
mas não crescem, envelhecem,
o
são trapaceadas pelo mundo
o
em cujos pés dançavam leves
o
para doerem agora,
o
que carregam o mesmo às costas!

...

Correm malandrices nos pézitos de quem as protagoniza
são pegadas inocentes, erradamente chamadas infantes:
Gritam partes de um Todo que eu quero ser digna de amar.

Ade parvus malus parvo malo = Magnus malus erit

correm
escorreitas e silenciosas
linhas que não se libertaram de si.
o
Desenham algo vivamente mórbido:
o
Não.
Não se libertam de si,
viverão aqui presas estas linhas
desenhadas e escritas,
porque por mais queimadas e diluídas
que se tente que sejam,
tanto mais vivas estarão!

Pelo corredor do silêncio

correm sombras
correm silenciosas
perguntam-me por onde vou
vêm matá-lo
marcando o passo
pé ante pé
vêm
morrê-lo
matado
morto
serão vultos,
não mãos
a executá-lo
serão elas,
não eu
a fazê-lo

Res-Cor-Dare

Num corredor de lágrimas o que escorre pelas paredes é sangue. Sangue daquele cujo amor matou... meu Romeu... condenado ao veneno eterno de ter que amar uma morta... uma eternidade de beijos eternamente morta... de cacheados fios de ouro sobre um colo de alabastro frio e morto... Mas o tempo... não passará! Deteve-se na figura marmórea dos dois, num eternamente morto abraço. Porque a eternidade não ocuparia mais que o espaço da recordação....Para que fosse perfeito, assim o foi.
Intocada imensidão
que em deslumbre se desfoca
simplicidade barroca
aconchegada em turbilhão

cinco anos de silêncio e uma tal de falta

E parecia, sim, que a vida tinha perdido alguma cor Que o frio gelava mais,  que o sol já não brilhava da mesma forma E eu só queria que me ...