Madrugada para o nascer de dia nenhum
Inundas-me noite de falta
Falta de luz

Acendem-me est’outra candeia de rosto chamada sorriso
E, assim, de volta a fé em quem tem fé por mim

Ainda não perdi passo nenhum
Porque não dei algum que me fosse longe.
Mas perdi todos os degraus da escada
Que ardeu cedo,
Primeiro, numa fagulha

Depois, num incêndio sem proporção com a Vida.
Era manhã e já meu rosto chovia
Guardaste no Teu colo de Pai
Cada pérola que caía

Cada suspiro, cada tremor de solidão
Aconchegaste no Teu peito forte
Cheio de amor e compaixão.

Findo o pranto me despedia,
E olhando dentro mais uma vez,
Soube que voltaria.

Porque sim, sentiria novamente
Uma tal falta de mim

No olhar de toda a gente.
Diz-me ao ouvido
Que sou bem-amada
Para que ao caminhar n’amarga estrada
De nenhum passo faça eu olvido

Quero oferecer-Te tudo
Diz-me do Teu jeito mudo
Que sim
E serei cada vez mais Tu dentro de mim

Faço-te hoje esta promessa
Porque tenho, tenho pressa!
Tenho pressa de começar

A correr a Tua estrada devagar.
Espalhei ladrilhos pelo chão
Não fiz padrão nenhum
Suspeito até que algum
Seja um caco do meu coração

À minha alma, trazia pela mão
Ia caindo no vazio infindo
A frio ia caíndo
Como outra lágrima para

então

Tocar o fundo mudo
Que há no fim de tudo
O que temos, se ter

For ter coragem para crer
Que há esperança e mesmo sem querer

Agarrar por dentro esse escudo.

cinco anos de silêncio e uma tal de falta

E parecia, sim, que a vida tinha perdido alguma cor Que o frio gelava mais,  que o sol já não brilhava da mesma forma E eu só queria que me ...