grávidas de mar estão as gaivinhas
que pousam no leito do reacho
e é no seu reflexo  que acho
os trejeitos das asas que são minhas

Par a par se juntam novos patos
Nascidos no leito lamacento
e é nessse leito que eu me sento
a capturar das aves os retratos

e se no riacho deixei a poesia
é na maresia que a acho
presa a mim como o fogo de um facho

e é no fogo que em novo me acho
vou desenhando só na areia
traços curvos: canto de sereia

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cinco anos de silêncio e uma tal de falta

E parecia, sim, que a vida tinha perdido alguma cor Que o frio gelava mais,  que o sol já não brilhava da mesma forma E eu só queria que me ...