Sobretudo Desirmanada

Era uma folha pequenina
caída no chão do meu olhar.
Caída devagarinho
num silêncio nu,
só Teu.

Terra e céu
Luz imensa
Só luz sózinha

E eu calada, que falar é nada...
O que há é caminho,
E gente que anda...

Sobretudo, desirmanada.
Alcanço com as mãos o que não vejo
Vendo bem visto o que foge alcançar
Ensejo com o espírito o desejo:
Ter sempre como ensejo desejar.

O fogo que acende um dia cinzento
Incendeia a candeia do olhar
mas são estes olhos com que me invento
que, infrenes, desejam desejar.

Torna um pedaço de névoa  e intento
Voar até ao sol que almejo alcançar
Mas são de cera as asas com que tento.

Elevo a alma, fixo alto o olhar
Que do céu cai, caíndo a passo lento
Porque ama esta terra e quer cá ficar.

A noite promete alongar-se
em bocejos claros
de meia noite ao luar

Oh como é fácil estar-se
em meio papéis que me são caros
a escrever, a inventar...

As ideias, escorrem escorreitas,
Pelas vielas estreitas do meu pensamento
que promete alongar
todos os momentos de cada momento
em palavras que uso perfeitas
para imperfeita me expressar.

Escrever é isto, ter um jogo e jogar.


cinco anos de silêncio e uma tal de falta

E parecia, sim, que a vida tinha perdido alguma cor Que o frio gelava mais,  que o sol já não brilhava da mesma forma E eu só queria que me ...