Sou doente mas não me dói nada
E tenho um Eu que não me acha
sou uma boneca numa caixa
sou dividida e estou cansada

O ar inerte perde-me no nada
Mas existo uma existência infeliz
e sou pó e sou só e estou errada
E choro gritos do que não se diz

Por mim falho inconscientemente
sem perder a consciência de ser.
Vem p'ra mim o fim de toda a gente

E procuro, enfim, os cacos de mim
Sinto-me a ir tão inanemente
Que suspeito me morrerei assim

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