Sou doente mas não me dói nada
E tenho um Eu que não me acha
sou uma boneca numa caixa
sou dividida e estou cansada

O ar inerte perde-me no nada
Mas existo uma existência infeliz
e sou pó e sou só e estou errada
E choro gritos do que não se diz

Por mim falho inconscientemente
sem perder a consciência de ser.
Vem p'ra mim o fim de toda a gente

E procuro, enfim, os cacos de mim
Sinto-me a ir tão inanemente
Que suspeito me morrerei assim

Sem comentários:

cinco anos de silêncio e uma tal de falta

E parecia, sim, que a vida tinha perdido alguma cor Que o frio gelava mais,  que o sol já não brilhava da mesma forma E eu só queria que me ...