Diluída nisto de ser

Tinha mão nisto de viver

Diluida nisto de ser, tinha o que esperar, sabia o que dizer

Tinha mão, assim o achava

Mas sempre só se diluem as certezas quando se olha a realidade

(É que é tão nítida!)

Um dia cai-se e então descobre-se o chão

Outro dia voa-se pelo ar na vertigem de querer o céu todo abarcar

E por um breve instante surge em dúvida aérea a pergunta:

Que hei eu de ser?

Quem serei eu, já que quero Viver?

Sem comentários:

cinco anos de silêncio e uma tal de falta

E parecia, sim, que a vida tinha perdido alguma cor Que o frio gelava mais,  que o sol já não brilhava da mesma forma E eu só queria que me ...