A tinta que escreve palavras
na brancura do papel
é sangue das minhas veias.

O verso que esse sangue ao correr discorre
manda a mão do peito
que se evada voltando
e se inscreva nos meus olhos
e como um espelho convexo
devolva ao sentido
o que o côncavo reflectiu invertido
Existem à minha roda coisas belas
mas hoje não consigo vê-las
luto contra a sombra de mim

Por dentro sei que estalo em mil pedaços
a dor tolda-me os passos
mas luto com a sombra de mim

Está fria a minha pele
mas não há frio ou vento lá fora
tenho frio por lutar agora

Penso, tento desistir
mas nunca escolhi o caminho fácil
e se tiver de ser
lutarei
com a sombra de mim

até me fundir com ela

Gong Fu Enquanto gastava a minha energia ( e como fui feliz! ) Não conhecia os frutos do tempo. Há frutos que só amadurecem  na adversidade ...