Vejo corpos flutuarem pelas ruas.
Enchem as veias da minha cidade.
Onde irão estes corpos sem morada
de rostos habitados em verdade?

Palpitando de forma velada,
assim como quem não tem mesmo mais nada
além de um compassado ser-sentido forte,
perdem-se imensos em si-saudade.

Saberão onde ir
estes fantasmas figurados
de espírito soprados
                              quais corpos de abandono

Ora, em virtude do silêncio os abono
e sempre a meu favor

pois reconheço estar a sós
                                o desespero
com os desesperados

Nascemos alguns já finados
                               que injustiça e desaforo
haver vidas já morridas
bordoadas por outros a ouro
pelo que parece tudo o que não é
                                
                                   traiçoeira, a lucidez

vistas por esses olhos, estas mortas vidas
como se fossem na sua morte vividas
mais nobres que outras simples duas ou três.

Sem comentários:

cinco anos de silêncio e uma tal de falta

E parecia, sim, que a vida tinha perdido alguma cor Que o frio gelava mais,  que o sol já não brilhava da mesma forma E eu só queria que me ...