Em terra de cegos é rei, aquele da sombra densa e pesada, que apodrece cobrindo de seda os olhos fracos e gastos, engolindo abafando e calando os corações à entrada.
ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
Não se deve tentar abrir uma porta que queime as mãos à alma. Não porque não se manipule bem o manípulo... Que morno se deixa tomar nas palmas das mãos, Não! Depois de aberta, esta porta não se fecha e o que em nós a abriu, ajudará a queimar primeiro aquelas onde a cabeça porá o coração... Se tudo correr pelo Bem!
Delírio nº 4 (Pois que sonhado está! Que fazer?!)
Caem como pedras.
Jorram da tua boca
e cortam como o frio
não o rosto, não o rosto....
O que é visto.
O que é isto?
Atrevimento...
TANTO!!!
Sim, tanto.
Pois que querer queremos todos...
De todo!
Que me dizes?!
Não consigo ouvir nada.
Oh, repara...
o frio não contrasta mais
com o calor da tua pele...
Estás aqui...
Por quanto tempo...
Venci?
Não...
Não tendo paredes, não sei bem para que servem senão para caír sobre as gentes... Engolindo-as! (não inteiras, mas talvez como quer que estejam à entrada)
Enquanto finjo estar aqui, queria um outro lugar, mas onde não fosse engolida, para ver se a perdia...
Sento-me à tua frente,
com o coração no colo.
Estou aqui e em parte nenhuma.
Gostava de ser uma voz... como tu,
mas sou um corpo:
Acompanham-me todos os gestos que desapercebem as palavras.
Não consigo esquecer-me... falar, só...
(parece engolir-me o eco das palavras)
Não consigo,
(meia-pose-toda)
adormecida ser só a voz.
Porque não a suporto enquanto minha!
Delírio nº3 (Porquanto a alma está posta a uso...)
(Escorrem frios dedos pelo rosto de ninguém.
Morrera ontem aquela mão.
Resta fria a sua sombra, deixando saudades de pedra...)
oooooooooo
Que se parta! Que se jogue à cara!!! Que me deixe!!!!!
Gostava daqueles dias em que o som ouvido pertencia à rua......... Não ao ouvido!
E tu? Podias saber disso sem condenar a esfinge que to contava, pela resposta que não sabias dar?
Há que fazer conversa...
Afoga-se o fundo com a forma, em traço espesso
Porquanto a alma está posta a uso.
Crias-me outro mundo... Não o mereço!
Não sei falar essa língua que cá dentro traduzo.
Pendentes que são as imagens,
à palavra pedimos.
Mas não se pode dar o que não se tem de outra forma.
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