Olho-me inautêntico
porque onde me procurei idêntico
encontrei um vazio.

Derivar-me de mim
é o vazio
mas de onde virei assim
se não venho de mim?

E onde estou
se não fico aqui,
se não estou em mim?
Se não estou aí?

Se sou,
como venho a ser?
E como posso viver
sem saber ser
de cada vez e sempre

ciente

e confrontado
                    com o que me excede

completamente?

Sem comentários:

cinco anos de silêncio e uma tal de falta

E parecia, sim, que a vida tinha perdido alguma cor Que o frio gelava mais,  que o sol já não brilhava da mesma forma E eu só queria que me ...