Sou do tamanho do meu erro
nele caio e me congrego
me queimo e desagrego
p'ra me nascer alma maior
sou do tamanho do que trago
não dentro do peito, dentro da boca
o que vou sorvendo
com a loucura voraz que não refreio
A sede eu receio,
que saciada é o demónio!
que eu saiba sufragar esse degredo
esse chamar de sereia
Sou do tamanho do meu erro
Volteio e volto a mim
sou essa volta, esse confim
a ondular ao vento ao vento
Não sou o erro que me erra,
mas aquele em que m'invento
e refundo em devaneio à minha roda
à minha roda
Sou do tamanho do que trago
desse lugar em que o apego é distante, lunar, mas prazenteiro
sabe ser, sabe brilhar
canta baixinho baixinho
vai volteando e embalando
(qual riacho que no sufoco da corrente me era)
Mas quero e espero a espera paciente,
pois que me mata antes
p'ra me nascer depois
Alta
como o redemoinho que me acerca
(redonda cerca vertical)
Mas caio em mim,
antes eu,
ainda mal
Sou do tamanho do meu erro,
onde me elevo
à escala real
Sem comentários:
Enviar um comentário