Há palavras que eu sinto feias

 Há palavras que eu sinto feias

que me entravam as frases,

me magoam as ideias

 Há palavras que eu sinto feias


 Há palavras que eu sinto feias

que me entram por sob a pele,

me estrangulam as veias

  Há palavras que eu sinto feias


E no escrever

nesse tão-horizonte

deixam de me ser

a partir da fronte


deixam de haver, de me valer, de vos falar

e, a bem dizer, sei e sinto que,

por tanto as escrever,

às palavras traio 

ao poema minto


É que hoje o foco 

é um jogo tosco

que jogo convosco

neste vidro fosco

que é escrever


quando o peito é mouco

e só sente pouco

todas as palavras são parcas

todo o poema é oco


E torcendo

 tento 

com palavras feias 

desenhar ideias 

que não sinto longe

 mas estão


e ao deixá-las ir

para lá da fonte

vejo-as diluir

nessa sem-razão


Que o poema esqueça,

Que o cantar pereça

Seja a Ilusão

Que às palavras serve


Mas que as sinto feias,

(Oh se sinto feias!!)

As que cá já estão


Sinto muito


Venham versos vivos

Dos que não são escritos

São os mais bonitos

Porque não o são!!










Sem comentários:

cinco anos de silêncio e uma tal de falta

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