Como poderia eu prever
um segundo de ti
sem ainda sequer conhecer
o que andavas por aí

Pensava, talvez demais
que a tua morada em mim
estava rodeada por vitrais.
Mas não era bem assim

Dentro do coração,
cabe um pouco de tudo
o que queremos ter à mão.
Pena que seja mudo.

Imagino um coração
aberto e eloquente
onde coubesse essa ilusão.
Cheio de risos de gente

Mas não rio, nem disso.
Sei que não te tenho.
Fizera antes um esquisso,
ou talvez mesmo um desenho.

Não sobraria espaço
não para tudo isso.
Talvez saiba meu regaço
guardar-se insubmisso.

Apenas sei que te quero
como se quer, só e assim.
E a cada segundo que espero
morre mais um pouco de mim.




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