Melancolia

Do alto do esplendor enclausurado
olha-me a foice da melancolia
Vem ceifar-me a vida de outro dia
em que fôra triste mas amado

O que sinto agora não tem nome
resta uma frágil réstia de saudade
de quem morreu sempre a metade
sem que do outro a si nada se some

Aos poucos perco e me consome
um fogo fátuo tão inevitável
um verme que ao meu corpo morto come

Sou não mais que a imagem instável
de um vivo morto que sabe que dorme
sobre um monte de lôdo detestável

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cinco anos de silêncio e uma tal de falta

E parecia, sim, que a vida tinha perdido alguma cor Que o frio gelava mais,  que o sol já não brilhava da mesma forma E eu só queria que me ...