O vazio estrangula
e vejo formas impossíveis
formas do horror que ondula
em linhas disformes
implausíveis
e silenciosamente combato
combates invisíveis
que se diluem no acto
de serem incombatíveis
minhas tantas naturezas
incompatíveis com a dor
mostram-se-me insanas
gastas
indefesas
e alto ergo em esperança
voltar um dia a ter as certezas
que tinha onde fui criança
tão amada seria
essa bela lembrança
mas não tenho disso
meu coração paira submisso
em volta de uma balança
que pesa não a justiça
ou a bem-aventurança
mas apenas o vazio,
a desesperança
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