Falamos para quem não pode ouvir
a boca escolhe a palavra na vez do coração
surge uma falha rotunda na emergência da comunicação
somos por via de não ser
sou-me por via de não me ser,
digo
O mundo tem-nos, mas largou-nos na inanidade
falhámos compreendendo equívocos como verdade
e agora
pagamos
Pesamos,
mas abraçados a uma tábua
Flutuamos
impedidos de a largar
E
sem água
sentimo-nos afogar
Pensamos
mas
sem
ou connosco lá?
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