Falamos para quem não pode ouvir
a boca escolhe a palavra na vez do coração
surge uma falha rotunda na emergência da comunicação

somos por via de não ser
sou-me por via de não me ser,
                                                      digo

O mundo tem-nos, mas largou-nos na inanidade
falhámos compreendendo equívocos como verdade
e agora
           pagamos

Pesamos,
mas abraçados a uma tábua
Flutuamos
               impedidos de a largar
E
  sem água
                sentimo-nos afogar

Pensamos
               mas
sem
      ou connosco lá?

Sem comentários:

cinco anos de silêncio e uma tal de falta

E parecia, sim, que a vida tinha perdido alguma cor Que o frio gelava mais,  que o sol já não brilhava da mesma forma E eu só queria que me ...