Costumava ter dó de mim
porque me faltava O Calor.
Fechada nas copas da dor,
pisava descalsa
espinhos e vidraça
Costumava ter dó de mim
porque me faltava O Ardor.
Fechada nas copas da dor,
engolia ferventes
ácidos e venenos
Costumava ter dó de mim
porque me faltava O Fervor.
Fechada nas copas da dor,
de olhos cerrados
e sem me mover,
foi nos tentáculos do desespero
que me inquietei:
o mundo que já nada me dizia,
ganhou cor
E foi do fundo das copas da dor
que vi o que luzia:
era O Amor