Tocam-me na pele do espírito
e acordo assustada
do pesadelo que vivi

mas acordar é nada
quando se pode dizer
sim
também
o senti.

Quem dera os olhos só vissem
o que lá está

Quem dera a pele só sentisse
o que é daqui

agora eu não me sou

Assaltam-me as paredes de um grito
Tão profundo por dentro que não se eclipsa
mas amaina
e quebranta poucochinho
num sentido embalo imaginado
que me diz:
por ora e adiante, tudo será bem.


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