Arderei, aos poucos...
Sentada neste canto à fraca luz eu sei.
Que se abrirem as janelas, verei aves e voarei com elas.
Encostada a uma parede fria eu sei.
Que se fecharem as portas chorarei, matarei horas mortas, esperando, que venha a resposta a «Quando?». Só não sei um quando!
Se sempre que eu choro aos ouvidos do super-herói ele me salva heróicamente de me afogar nas mágoas ao colocar-me onde as lágrimas secam! Nesse lugar onde os vidros não quebram e as dores não dóem e os sonhos não se têm, porque são mortos pelos anjos que oferecem o céu e um copo de água, para esquecer a mágoa que é ter um mundo para viver. Oferecem-nos uma jaula onde não se morre. Aos vivos, mas de outra sorte. Que me importará, se não há nada, ter regras para ser um dia após outro. Calar-me ei, calar-me ei porque a minha voz vai deixará de se ouvir a si própria e passará a ouvir uma outra, se for a clausura o meu propósito. Não vale a pena, se alma é tão pequena que não suporta!
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